O Futuro dos Robots nos Recursos Humanos



A automação e inteligência artificial no mercado de trabalho são uma realidade crescente. A robótica tem estado a substituir pessoas, o que coloca vários desafios às sociedades.



“O trabalho feito por robôs é uma realidade crescente. De acordo com a consultora de tecnologia Gartner, até 2025 um em cada três empregos terá sido substituído por robôs ou inteligência artificial. Esta perspetiva cria pressão sobre a sociedade, quer em termos de emprego quer por exemplo em termo da sustentabilidade da segurança social.
Há quem defenda a taxação das empresas que substituem humanos por robôs. Mas estas dizem que a introdução da automação tem criado empregos. O Parlamento Europeu considera que a ascensão dos robôs deve ser regulada, mas rejeita impostos para financiar a formação de quem tenha perdido o emprego para os robôs.
Numa entrevista recente ao Quartz, Bill Gates defendeu esta opção, argumentando que os impostos sobre os robôs poderiam financiar empregos para cuidar de idosos ou trabalhar com crianças nas escolas, funções para as quais as necessidades são maiores que a oferta e para os quais os humanos têm especial apetência.”


“Todo o esforço social é pedido aos trabalhadores, que pagam 11% e aos empregadores desses trabalhadores que pagam 23,5% por cada um. Uma empresa com mil trabalhadores (a ganhar 1000 euros cada um em média) paga 4,8 milhões de euros por ano para a Segurança Social (a 14 meses), ainda que registe prejuízo ou lucros muito baixos. Uma empresa robotizada com seis trabalhadores (cada um a ganhar 5 mil euros) paga 155 mil euros/ano. Esta última empresa pode ter resultados 10, 100 ou mil vezes superiores à primeira, que tal não interessa para nada.” 
“A evolução do mundo só pode ser harmoniosa se ao avanço da robotização corresponderem evoluções básicas como esta, ou como a diminuição dos horários de trabalho, ou a introdução de licenças sabáticas para trabalhadores, de tal forma que ao aumento da produtividade correspondam igualmente ganhos sociais. De outro modo, as crises serão sempre pagas pelos trabalhadores por conta de outrem e, em parte pelos seus empregadores, deixando de lado as empresas de tecnologia. Talvez por isso, entre as quatro empresas mais valiosas no mundo três - Apple, Google (as duas primeiras) e Microsoft - se dediquem precisamente, mais ou menos ao mesmo.” 
“O combate ao desemprego estrutural pode fazer-se pelo investimento estrangeiro, como nos dizem, mas se os salários forem baixos e os direitos menores. É uma inevitabilidade do momento. Mas o país e o mundo precisam mais do que isso. Precisam de estabelecer regras que não penalizem o trabalho; precisam de que o fluxo de dinheiro de quem mais tem para quem menos tem seja visto como uma necessidade de paz e de equilíbrio social. Precisa de premiar o esforço, mas de não abandonar aqueles que não podem acompanhar o ritmo."


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